A inovação e o processo de descomoditização dos mercados

Existem mercados e produtos onde as inovações ocorrem constantemente e são demandadas por consumidores ávidos por novidades. É assim no setor de eletrônicos, como celulares e computadores, no setor de equipamentos médicos e no setor automotivo, entre outros.

Porém, existe uma classificação de produtos, as chamadas Commodities, onde a inovação nem sempre foi uma prioridade, já que muitos acreditam tratar-se de produtos ou bens que são “pouco diferenciados”, que não sofrem “processos de alteração”.

Durante décadas, essa classificação pareceu ser uma desculpa perfeita para os gestores se acomodarem e apenas manterem as coisas como sempre foram.

Entretanto, lançamentos em diversos mercados de produtos Commodities nos últimos anos mostraram que é possível inovar e se diferenciar dos concorrentes, agregando mais valor para o consumidor e para a empresa.

Vejamos o caso do café. Comercializado durante séculos como commodity e negociado na bolsa de valores por um preço padrão, poucas empresas se interessavam em aprimorar o produto ou o modelo de negócio. Na década de 1980 a Nestlé decidiu inovar a começou a investir no desenvolvimento de um novo negócio para comercializar o pó de café em cápsulas que seriam compatíveis apenas com as máquinas produzidas pela própria Nestlé. Foi assim que surgiu a Nespresso no final da década de 1990.

Com a patente do processo de produção das cápsulas e um modelo de negócio robusto, a Nespresso é um grande case de sucesso da Nestlé, apresentando um crescimento de 30% ao ano entre os anos 2000 e 2013 e uma margem de lucro duas vezes maior do que o grupo Nestlé.

Recentemente, outra empresa resolveu ir contra a tendência das commodities e inovar em um segmento até então visto como pouco inovador: o mercado de cimentos.

O cimento sempre foi visto como uma commodity, servindo até mesmo como indicador econômico.

A Votorantim Cimentos, enxergando uma oportunidade para agregar mais valor a seu produto, desenvolveu uma linha especial com cimentos específicos para cada tipo de obra.

Assim, o que era commodity agora passa a ser especializado.

A lição que fica é que os consumidores estão cada vez mais exigentes e em busca de produtos que atendam suas necessidades.

As empresas não podem se contentar em fazer mais do mesmo acreditando que seus produtos não precisam de inovação.

A inovação é possível e necessária em todos os segmentos e em todas as empresas. Quem não inovar, fatalmente vai acabar de fora do mercado.

Por Daniel de Moraes Rodrigues

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