Seguro rural com fundo de catástrofe é a única saída, diz ex-ministro da Agricultura

Em evento de Abertura da Colheita de Soja, Roberto Rodrigues e demais representantes da cadeia discutiram meios de suporte ao produtor rural

Foi dada a largada para a colheita da soja em Goiás e no Distrito Federal. Cerca de 700 produtores rurais se reuniram nesta sexta-feira (26) em Paranoá, na capital do país, para debater os desafios da temporada.

“Tivemos um agravante muito grande de falta de umidade em regiões que, historicamente, não sofrem com esse problema, como Mato Grosso, Rondônia e Pará. Em outras regiões que tinham esse agravante acabou chovendo demais, o que também atrapalha”, diz o presidente da Aprosoja Brasil, Antônio Galvan.

Ainda assim, segundo ele, o produtor rural segue otimista. “Torcemos para que a próxima safra seja muito melhor do que esta. Vamos voltar aos números históricos, a uma safra histórica, porque temos território para isso e demanda pela produção”,

Seguro rural

O ex-ministro da Agricultura e coordenador do núcleo do agronegócio da FGV, Roberto Rodrigues, palestrante principal do evento, referendou o seguro rural como principal instrumento para diminuir as perdas do produtor.

“Não vejo outra saída que não seja o seguro rural, mas que seja moderno, qualificado, flexível e com amplo apoio de resseguradoras e com um fundo de catástrofes regulamentado. […] assim o produtor fica equilibrado e a cadeia produtiva não sofre, ou seja, todo mundo recebe a sua parte”.

Estratégias para o produtor de soja

Já para o diretor da Aprosoja Goiás, Joel Ragagnin, acredita que a saída para amenizar as perdas ocasionadas pelo clima é a estratégia de negócio do produtor.

“Estamos trabalhando em um processo de conscientização do produtor para que ele trabalhe com um pouco mais de estratégia a posse do grão de soja, controlar a questão da venda, buscar melhores oportunidades, processos de troca, procurar renegociação dos débitos quando precisar”.

Perdas no Distrito Federal

A produção de soja em Brasília é relativamente pequena, mas os indíces de produtividade são altos. Contudo, espera-se uma perda de 8% a 10% no rendimento médio das lavouras do Distrito Federal.

O presidente da Coopa-DF, José Guilherme Brenner, destacou que, neste momento, é importante ter mecanismos de proteção de preço para diminuir o impacto de perdas da safra 2023/2024. “Precisamos fazer com que isso seja acessível ao produtor, fazer o ‘meio campo’ e prestar esse serviço ao produtor”.

Por: Canal Rural

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