Cercas virtuais poderiam ser o futuro da pecuária?

Tecnologia facilita manejo e pode evitar roubos com monitoramento em tempo real.

Agtechs de diferentes países têm apresentado modelos de cercas virtuais na pecuária, seja para aprimorar o manejo, a sustentabilidade ou o bem-estar animal, quanto para a segurança dos animais e das fazendas.

O exemplo mais recente é da estadunidense Vence, que recebeu um aporte de US$ 12 milhões (cera de R$ 64 milhões) no mês de abril. Outras iniciativas similares para diferentes espécies surgiram também na Escócia, Portugal, Noruega (NoFence), Austrália (e-shepherd) e Nova Zelândia (Halter).

A startup dos EUA oferece sua versão de cerca virtual para evitar a necessidade de instalação de quilômetros de arames e mesmo as constantes trocas de local das cercas convencionais.

“Temos mais de 5.000 usuários em campo em todo o mundo, desde renas no Alasca a elefantes no Sri Lanka. Estamos focados na pecuária agora”, disse o cofundador da agtech Frank Wooten à AgFunders.

A iniciativa usa coleiras com GPS para manter o gado onde deveria estar. Funciona assim. Primeiro, os usuários criam digitalmente as fronteiras do pasto. Se o animal chega ao limite, a coleira emite um ruído de aviso. Se não for suficiente, ocorre um leve choque elétrico – como uma cerca elétrica física.

O dispositivo pode ser colocado em menos de 30 segundos e tem duração de bateria de no mínimo nove meses, chegando até dois anos. O preço é de US$ 35 por animal (cerca de R$ 180) ao ano, podendo cair dependendo do número de cabeças no rebanho.

Segurança

O roubo e o furto de gado são uma grande preocupação de pecuaristas no Brasil pelo prejuízo econômico e até pela integridade física do produtor e sua própria família.

Para Malcolm MacDonald, especialista do Rural College da Escócia (SRUC), as cercas virtuais favorecem inclusive a segurança. Se de fato a tecnologia for robusta, pode ser uma ferramenta contra o abigeato no Brasil.

“A tecnologia pode melhorar o gerenciamento do rebanho, até mesmo a segurança, pois os produtores podem monitorar cada animal por smartphone”, disse.

Sustentável

O pastoreio rotativo também se apresenta como uma vantagem que permitirá à pecuária mitigar mudanças climáticas ainda mais com ferramentas inteligentes.

Sua premissa principal é limitar o acesso das vacas a uma determinada área de pasto, deslocando-as para uma nova seção antes que elas pastem demais. Depois que o gado é transferido, o pasto tem tempo para crescer novamente, proporcionando raízes mais profundas, solos mais saudáveis ​​e melhor retenção de água.

Com a tecnologia, a Vence visa ajudar os produtores de gado a sequestrar carbono por meio de pastagens cuidadosamente gerenciadas. As pastagens dos EUA são o segundo maior sumidouro de carbono do mundo e o pastoreio rotativo inteligente acelera o ritmo em que essas terras fixam o elemento.

Mas, como observa Wooten, a qualidade de vida dos agricultores também deve ser considerada. O sistema realiza um plano de pastejo inteiro de uma só vez, liberando tempo para o pecuarista ou sua equipe.

Por: AgEvolution

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