Confira quais são as novas fronteiras agrícolas do Brasil

No segundo episódio da série do Rural Notícias, fomos conhecer os atrativos de quem escolheu produzir em lugares como Rondônia, Pará e no interior do Nordeste.

Nas últimas quatro décadas, a área destinada para a soja no Brasil cresceu quase cinco vezes. e esse aumento só foi possível graças ao desenvolvimento da agricultura em outras regiões do país. Na segunda reportagem da série Preço da Terra, vamos falar das fronteiras agrícolas brasileiras que começaram a ser tratadas há muito tempo.

Para começar, não dá para contar a história da agricultura no Brasil sem citar a migração de gaúchos e paranaenses em busca de terras na região Centro-Oeste. Foi assim que Mato Grosso, por exemplo, se tornou o maior produtor de grãos do país.

Com a valorização do cerrado, a migração continuou rumo a novas fronteiras. O pará, por exemplo, é o estado que mais cresce em área de plantio e, ao mesmo tempo, o mais visado por ambientalistas. Porém, quem vive e produz lá garante que esse aumento de área não é visto pela perspectiva correta.

“O Pará tem quase 125 milhões de hectares e nós vamos chegar agora a 600 mil hectares plantados. Se você analisar, nós não plantamos nem 0,5%, nós temos que gerar emprego e renda para essa população e temos que combater o que é ilegal”, disse o presidente da Aprosoja Pará, Vanderlei Ataides.

Ainda na região norte, Rondônia se tornou cenário agrícola a partir da década de 1980. No município de Vilhena, além da soja, o algodão foi mola da valorização de até 800% das terras em apenas cinco anos. “Ninguém pensava em plantar o algodão aqui, mas hoje está dando um algodão de excelente qualidade, com fibra excelente e para exportação.Mas a terra considerada produtiva hoje está custando R$ 80 mil o hectare, sendo que há cinco anos custava cerca de R$ 8 mil”, explicou o secretário de agricultura de Vilhena, Jair Dornelas.

 

Nordeste

Além da região do Matopiba, formada por parte dos estados do Maranhão, Tocantins, Piauí e Bahia, surgiu na região Nordeste, na última década, uma nova fronteira agrícola batizada de Sealba, composta por Sergipe, Alagoas e nordeste da Bahia. Quem planta lá diz que é uma das melhores relações de custo/benefício do país na produção de milho e soja.

“A gente está ao lado do cliente, do consumidor final, da avicultura e da indústria. Para você ter uma noção, esse ano a gente teve um custo de produção de milho aqui de R$ 2,5 mil a R$ 3 mil dependendo do uso de tecnologia e a gente está vendendo a saca aqui na casa dos 60 reais. Além disso, temos uma produtividade que nós não estamos perdendo nada para alguns lugares do Brasil”, nos contou o produtor rural Cleiton Santos.

Norte

Outro destino muito procurado por produtores é Roraima. Nos últimos cinco anos, a área de milho no estado triplicou e alguns produtores conseguem 150 sacas por hectare. O preço do hectare muito mais barato em comparação aos estados do Centro-Oeste acaba compensando o investimento necessário para correção do solo.

Outro motivo que explica essa migração para Roraima é a aposta na melhoria da logística. A estrada que liga a capital Boa Vista com Georgetown, na Guiana, deve ser asfaltada nos próximos anos e isso vai ajudar no escoamento da produção para exportação.

Não é por acaso que Roraima é considerada hoje a última fronteira agrícola do país, mas pelo jeito ainda não é, como relata o corretor rural Nilo Ourique. “O pessoal tem alternativas. Eu tenho clientes plantando no Amapá, lá no meio dos búfalos”.

Por: Canal rural

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