Energia renovável: quando é a hora de investir?

O gerenciamento ambiental é um conjunto de práticas que visa coordenar o uso dos recursos naturais, proteger e preservar o meio ambiente. Além de avaliar se o que está sendo executado pela empresa está em conformidade com o que foi estabelecido previamente na política ambiental.

utilização de energia elétrica nas atividades agropecuárias tem aumentado muito nos últimos anos, devido ao aumento das automações e uso de tecnologias para melhorar a eficiência dos sistemas. Esta mudança de comportamento contribuiu de forma significativa para o desenvolvimento do setor. A possibilidade de se obter melhoria no padrão de vida das pessoas que trabalham e residem nas proximidades, o aumento da produtividade, a obtenção de produtos de melhor qualidade e com mais controle de processo, a valorização dos imóveis rurais, entre outros, são os principais benefícios alcançados com o uso da eletricidade em fazendas, contribuindo também para manter o homem no campo.

A metodologia da busca continuada por investimentos que tragam alguma melhoria de produtividade ou redução de custo já foi bastante explorada por nossos artigos anteriores. Vamos destinar este primeiro artigo de 2018 para expormos uma dificuldade da Agrindus que talvez seja comum a outros produtores de leite ou até de outros segmentos do agronegócio.

A Agrindus cresce sempre (meta direta!) buscando escala e produtividade por área. O aproveitamento dos recursos naturais e a preocupação com a sustentabilidade da produção no sentido “ambiental” da palavra são metas especificas que buscamos por entender que o mercado consumidor vem mudando. O consumidor moderno cada vez mais exigente tem questionado e anda curioso em entender como utilizamos os recursos e de que maneira a empresa está se posicionando para o futuro.

Na gestão de decisão por aqui analisamos as possibilidades de investimentos em diversas frentes, não somente aquelas ligadas à produtividade por vaca ou por área. Um exemplo que acompanhamos há pelo menos oito anos é a possibilidade de auto geração de energia através dos dejetos dos animais e também a energia solar – recursos estes já bem desenvolvidos e com tecnologia dominada.

As fazendas geralmente estão usualmente instaladas em locais que são considerados finais de linha da companhia de energia. Isso pode significar que existe uma instabilidade da qualidade da energia fornecida. A instabilidade está relacionada às variações da entrega da energia diferente do que foi especificado pela companhia e o contratado pela empresa. Essa inconstância afeta diretamente o desempenho de bombas, máquinas, equipamentos de laboratório que dependem de calibração e precisão nos resultados, sem mencionar os riscos de pane (que em geral acontece na hora que mais precisamos!) e o pior, a perda efetiva do equipamento. Ou seja, existem outras motivações que vão além da econômica para pensarmos em propriedades e sistema de produção com auto geração de energia.

Outro ponto que deve ser pensado como um motivador para buscarmos uma solução para produção de energia é a possibilidade de geração renovável. Segundo o Ministério de Minas e Energia, a energia renovável é uma das principais linhas de investimento do governo federal em geração de energia. O Brasil tem pouco mais de 40% de sua energia gerada por fontes renováveis. Em relação à geração de eletricidade, as hidrelétricas ainda são as principais forças, responsáveis por 64% da produção, ou seja, energia instável que vem das redes de abastecimento. Atualmente, o Banco Nacional do Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) é o único que financia o setor elétrico brasileiro, com linhas de crédito de até 80% para energia fotovoltaica (solar), por exemplo. Devido a projetos de eficiência energética no Ministério de Minas e Energia e na Aneel, desde o ano passado, a geração de energia a partir de fontes não renováveis não está mais entre as opções de financiamento para o setor.

Apesar de todo incentivo que existe em torno desse assunto, a Agrindus ainda não conseguiu ter um projeto com viabilidade financeira suficiente que justificasse a escolha da energia renovável em detrimento de outros investimentos em áreas diversas que possuem um valor econômico melhor. Por todos os projetos que já nos propusemos, a sensação é que ainda existe uma variação técnica e de entendimento muito grande. Os valores, na sua grande maioria, não são convergentes, mesmo que tenham a mesma premissa e fonte de informação. Talvez o setor de energia renovável no Brasil seja um tanto incipiente quando tratamos de geração de energia em um nível mais alto do que um consumo residencial e menor do que uma usina elétrica.

No entanto, vemos alguns estados onde aparentemente esses projetos de energia renovável tem maior adesão e interesse, e por conseguinte maior viabilidade. Em Minas Gerais, por exemplo, verificamos casos onde o preço do kW/h gira em torno de R$ 0,68 e que se aplicada a nossa metodologia de estudo de viabilidade, o custo da energia significaria R$ 0,08 por litro/leite, um importante aumento do custo total de produção que deixaria a energia no quarto custo mais relevante dessa operação. Outra hipótese para essa maior adesão em determinados locais talvez seja outras opções de investimentos diferentes das que vivenciamos em nossa região.

Energia renovável: quando é a hora de investir?
Foto de uma propriedade leiteira com energia renovável em MG

Fato é que vemos a quantidade desse tipo de projeto aumentar gradativamente e consequentemente se tornar viável dentro das premissas de sustentabilidade, custo-benefício e com baixíssima manutenção. Está havendo uma transição global em curso que não deixa dúvidas sobre a transformação que temos que enfrentar nas nossas economias. Portanto, temos certeza que será o futuro, agora só resta saber quando será este futuro!

Fonte: MilkPoint

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