Mercado brasileiro de soja tem novo dia de preços em alta apesar da queda do dólar

O mercado brasileiro da soja registrou um novo dia de preços firmes e em alta, principalmente, no interior do país. De acordo com o levantamento feito pelo Notícias Agrícolas, algumas praças do Sul do Brasil registraram alta de quase 1% no disponível, como Cascavel e Cafelândia, no Paraná. Mais do que isso, há diversas praças onde o preço segue na casa dos R$ 120,00 por saca dada a intensificação da disputa entre indústria e exportação.

Os fundamentos de oferta e demanda são tão fortes no Brasil que as referências que não sobem, mantêm sua estabilidade mesmo em um dia de queda no dólar – que ainda assim permanece na casa dos R$ 5,40 – e de estabilidade entre os futuros da oleaginosa negociados na Bolsa de Chicago.

“Com os estoques da soja quase no fim, a demanda aquecida continuou influenciando os preços em MT na última semana, impactando na alta de 4,25% do grão, cotado em média a R$ 110,17/sc”, reporta o Imea (Instituto Mato-Grossense de Economia Agropecuária) em seu reporte semanal.  E não sobem só os preços da soja 2019/20, mas também da safra 2020/21, que registra bom percentual comercializado dados os preços muito atrativos, situação que se repete em quase todos os estados produtores do Brasil.

“A safra 20/21, que será semeada a partir do próximo mês, já está com 50,54% do seu volume negociado, sendo praticamente o dobro do percebido no último ano para a safra 19/20. As regiões mais avançadas nas vendas são a norte e médio-norte, as mesmas que estão mais aceleradas em relação à venda da soja disponível”, complementam as informações do Imea.

E como se não fosse bom o bastante, o Mato Grosso tem vendido ainda 1,29% de sua safra 2021/22, “o que exemplifica a competitividade pelo grão, mesmo aquele que será colhido a daqui 17 meses”, complementa a instituição.

MERCADO EM CHICAGO

Na Bolsa de Chicago, os preços da soja fecharam a terça-feira estáveis, com pequenas altas de 0,25 a 1,50 ponto nos principais contratos. Os traders mantiveram sua postura mais cautelosa e defensiva à espera do novo reporte que o USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos) traz nesta quarta. Assim, o agosto ficou nos US$ 8,78 e o novembro em US$ 8,73 por bushel.

O novo relatório mensal de oferta e demanda do USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos) chega nesta quarta-feira, 12 de agosto, e as expectativas são de números elevados para a safra 2020/21 dos Estados Unidos. As expectativas do mercado dão conta de um aumento da produtividade, produção e estoques finais tanto da soja, quanto do milho.

“E esse aumento é esperado como um reflexo de várias semanas consecutivas de chuvas favoráveis e condições muito boas para o desenvolvimento da safra americana na maior parte do Corn Belt”, explica Todd Hultmann, analista líder do portal norte-americano DTN The Progressive Farmer.

Os analistas da ARC Mercosul, porém, explicam que, embora o reporte deste mês traga resultados após uma pesquisa de produtividade, “o relatório de setembro que é importante para definir o tamanho da safra”. A média das expectativas do mercado indicam uma produção de soja dos EUA em 116,43 milhões de toneladas,em um intervalo entre 112,94 e 122,44 milhões de toneladas. Em julho, a safra foi estimada em 112,54 milhões.

Mais 132 mil toneladas de soja foram compradas pela China dos Estados Unidos nesta terça-feira (11). O anúncio parte do USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos), é o segundo da semana e mostra que todo o volume refere-se à temporada 2020/21. Entre ontem e hoje, as vendas norte-americanas já totalizam 831 mil toneladas e maior parte têm como destino a nação asiática.

O mercado segue monitorando a demanda chinesa nos Estados Unidos conhecendo a necessidade crescente do país e a pouca disponibilidade de produto brasileiro neste momento. Ainda assim, para a safra nova, as compras da China também se mostram bem presentes no Brasil.

Ainda assim, os traders precisariam ver compras ainda mais agressivas, além de frequentes como têm acontecido, para que se promovesse uma mudança na direção dos preços da soja na Bolsa de Chicago.

Por: Carla Mendes
Fonte: Notícias Agrícolas

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