Primeiras impressões: Ford EcoSport Titanium 1.5
Versão aposenta o estepe pendurado na traseira e agora usa pneus com tecnologia run flat, que podem rodar mesmo vazios. Tampa do porta-malas passou por mudanças visuais.

Ford EcoSport Titanium chega à linha 2020 com novidades — Foto: Guilherme Fontana/G1
É o começo do fim da marca registrada do Ford EcoSport: o pneu pendurado na traseira foi abolido de uma das configurações do SUV, a Titanium, pela adoção de pneus “run flat”. São aqueles que podem rodar vazios.
A ausência do item também teve como consequência uma renovação visual para a versão. A novidade, segundo a fabricante, poderá ser aplicada ao restante da linha se houver demanda – mas que, por enquanto, a versão mais cara com motor 1.5 será a única a oferecer o apelo de “modernidade” e “tecnologia”. Pela exclusividade, ela cobra R$ 103.890.

Traseira do modelo perde o estepe pendurado; placa sobe para a tampa do porta-malas — Foto: Guilherme Fontana/G1
Impressões ao dirigir
O G1 foi até o Campo de Provas da Ford em Tatuí, interior de São Paulo, para um dos testes mais improváveis já propostos: dirigir o EcoSport com pneus murchos e/ou furados.
O primeiro contato foi com o modelo com apenas um dos pneus esvaziados, propositalmente, até ficar sem pressão.
Rodando a no máximo 80 km/h, a diferença de rodagem para quando os 4 pneus estão cheios é praticamente imperceptível.

Painel do EcoSport mostra pressão dos pneus e alerta sobre anomalia em um deles — Foto: Reprodução/Ford
Na prática, o motorista só se daria conta da situação pelo monitoramento de pressão.
Ignorando o pneu murcho, o SUV está com o rodar mais rígido, já que os pneus “run flat” são mais duros, o que prejudica sensivelmente o conforto.
Na segunda etapa, a missão era ir para a pista com os dois pneus traseiros furados – a própria marca fez os furos com uma furadeira minutos antes do início dos testes (veja abaixo).
A direção perde um pouco de sua precisão e a traseira do veículo fica mais leve, tendendo a escorregar nas curvas, mas sem sustos.
Quando há a iminência da perda de controle, os sistemas de estabilidade e tração entram na jogada e é possível sentir suas atuações.
Vale destacar, porém, que em uma situação de uso real, na cidade, o EcoSport pode se sair ainda melhor e chegar ao destino sem grandes problemas.
Isso porque, durante o teste na pista, o modelo foi submetido à velocidade constante de 80 km/h – a velocidade máxima suportada pelos “run flat” -, mesmo em curvas fechadas, com maior necessidade de esterço, e abertas, com tendência a tangenciar para fora do circuito.
Nas ruas, as manobras são feitas de maneira mais sutil e em velocidades menores.
‘Run flat’
O EcoSport é o primeiro carro de volume equipado com pneus deste tipo no Brasil – antes dele, apenas modelos “premium” vinham com eles de fábrica, como Audi, BMW, Mercedes-Benz e Porsche.
O grande diferencial desses pneus para os convencionais é a possibilidade de rodar com eles vazios por 80 km a até 80 km/h. Dentro desse limite, não há necessidade de que um pneu esvaziado, furado ou rasgado seja imediatamente trocado ou reparado, daí vem a abolição do estepe.

O EcoSport Titanium agora usa pneus run flat, que rodam mesmo com zero pressão — Foto: Guilherme Fontana/G1
Caso o condutor não encontre um local para reparar o pneu avariado na distância indicada (80 km), um kit de reparo acompanha o modelo no porta-malas. Ele é composto por um frasco de líquido selante e um compressor elétrico.