Produção de leite no Brasil carece de planejamento e inovação tecnológica

A produção leiteira no Brasil é uma atividade predominantemente extrativista. Ela está baseada na exploração dos fatores de produção, como terra, animais, forragens e mão de obra.

vacas leiteirasApesar das muitas alternativas tecnológicas validadas e disponíveis, poucas são incorporadas ao processo produtivo pela falta de conhecimento, de orientação ou por impossibilidade financeira.

Para que haja a especialização da atividade, é necessária a incorporação de técnicas que possibilitem o aumento da produção e da produtividade, seja por meio de área, animal ou homem.

O efeito esperado é o aumento na renda, apesar do maior custo operacional.

Ainda que haja mais dispêndio, os investimentos feitos de forma planejada e coerente trarão impactos positivos ao faturamento e ao lucro.

Os investimentos têm de ser feitos, basicamente, em fertilidade do solo, melhoramento de pastagens, genética animal e alimentação.

O produtor deve ter à sua disposição tecnologia viável e acessível, além de ser bem orientado para desenvolver um planejamento adequado à sua situação.

Por isso, o papel da pesquisa e da extensão rural é de fundamental importância.

Um erro recorrente é o investimento em fatores que não refletirão, necessariamente, em aumento direto na produção de leite, como construções (sala de ordenha e de leite, depósito e áreas com cochos cobertos), máquinas agrícolas, resfriador e ordenhadeira mecânica.

Sem dúvida, esses fatores melhoram a qualidade do leite e devem ser implementados na ocasião oportuna. Mas, em um primeiro momento, haverá comprometimento do fluxo de caixa e da lucratividade.

Eficiência

O bom planejamento indica que os investimentos devem ser dimensionados de acordo com a produção.

A ordenha mecanizada só se torna viável a partir de 250 litros de leite por dia. O ponto de equilíbrio na relação produção/homem é de 400 litros.

Produzir com a máxima eficiência e o menor custo é o objetivo dos que se dedicam à pecuária leiteira.

O produtor é tomador de preços, tanto na aquisição dos insumos quanto na venda do seu produto. O grande desafio, portanto, é produzir mais com o custo por litro mais baixo possível.

É preciso lembrar que as margens são pequenas e que o real valorizado favorece a entrada de produtos importados.

Cautela, estratégia e recursos humanos bem treinados são a chave do sucesso de toda atividade econômica, mas imprescindíveis quando se fala em produção de leite.

MARCO AURÉLIO BERGAMASCHI é médico veterinário, doutor e supervisor do Sistema de Leite da Embrapa Pecuária Sudeste (São Carlos, SP)

Fonte: Folha de São Paulo – SP

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