João Evangelista, de Novo Repartimento. Foto: Fundo JBS pela Amazônia

Chegou a hora dessa gente bronzeada mostrar seu valor, como diz a canção “Brasil Pandeiro”, do extinto e lendário grupo Novos Baianos.
Só que no lugar de Tio Sam, quem vai conhecer a “nossa batucada” é o povo francês.

O cacauicultor João Evangelista, do município de Novo Repartimento, no Pará, teve a sua amostra de cacau selecionada para a final da mais prestigiada premiação de cacau do mundo, o Prêmio Internacional do Cacau (ICA, sigla em inglês).

João Evangelista faz parte do projeto RestaurAmazônia, uma iniciativa da Fundação Solidaridad apoiada pelo Fundo JBS pela Amazônia que visa promover a restauração com sistemas agroflorestais (SAFs) utilizando o cacau como a principal espécie para geração de renda.

Das 350 amostras avaliadas por especialistas de todo o mundo, as amêndoas produzidas por três produtores brasileiros fazem parte das 50 finalistas. A premiação, que ocorrerá no Salon du Chocolat de Paris, entre 28 de outubro e 1º de novembro de 2021, é o evento global de maior prestígio do setor de chocolates. As amêndoas selecionadas pelo prêmio são reconhecidas como de alta qualidade.

Bioeconomia 

Pará e Bahia são os maiores produtores de cacau do Brasil, com as lavouras paraenses localizadas dentro da Floresta Amazônica. O cacau é uma espécie nativa do bioma, e o seu cultivo une o desenvolvimento socioeconômico das comunidades locais com a preservação da vegetação nativa.

A lavoura de cacau permite a implementação de sistemas de produção altamente sustentáveis, contribuindo para uma agricultura diversificada, regenerativa e de baixo carbono.

Há quatro anos que João Evangelista é um dos beneficiários do programa desenvolvido pela Solidaridad desde 2016. A iniciativa ganhou novo impulso com o RestaurAmazônia, um dos seis projetos aprovados em 2021 pelo Fundo JBS pela Amazônia, que tem por objetivo promover ações de conservação e preservação da floresta, melhoria da qualidade de vida das comunidades locais e desenvolvimento científico e tecnológico da região. Os seis primeiros projetos receberão um apoio financeiro de R$ 50 milhões do Fundo.

Dono de uma propriedade com 4,5 hectares, o produtor conta que, antes do projeto, havia uma terra desmatada no local, que estava praticamente tomada por capim. Com a assistência técnica fornecida pela Solidaridad e investimento no plantio do cacau, o terreno de Evangelista foi recuperado e hoje cultiva seis mil cacaueiros com mais de 30 variedades de plantas, entre elas 300 árvores mogno.

“Antes, as pessoas derrubavam as árvores, mas eu plantei e hoje elas estão bem desenvolvidas, com copas muito bonitas e amplas”, diz.

Para ele, o caminho correto do produtor é trabalhar com a terra sem depender de desmatamento para aumentar a produtividade.

“Hoje, temos ajuda de profissionais para termos o conhecimento de como produzir mais e, ao mesmo tempo, preservar a floresta. Desmatar e colocar fogo são práticas destrutivas que devem ser abolidas”, conclui.

Sobre o Fundo JBS pela Amazônia 

 O Fundo JBS pela Amazônia é uma associação dedicada a fomentar e financiar iniciativas e projetos que visam ao desenvolvimento sustentável do bioma amazônico. A instituição é aberta a contribuições e parcerias da iniciativa privada, do terceiro setor e de grupos multistakeholder. A JBS compromete-se a igualar a contribuição feita em cada doação até atingir R$ 500 milhões. A meta é que os recursos do Fundo atinjam R$ 1 bilhão até 2030. Qualquer instituição ou empresa pode apresentar projetos para solicitar financiamento, desde que tenha CNPJ ativo (ou o equivalente para empresas internacionais). As inscrições podem ser feitas pelo site https://fundojbsamazonia.org/

Sobre a Solidaridad 

A Fundação Solidaridad é parte da Solidaridad Network, uma organização internacional da sociedade civil que atua há mais de cinquenta anos no desenvolvimento de cadeias de valor socialmente inclusivas, ambientalmente responsáveis e economicamente rentáveis da agropecuária. Busca acelerar a transição para uma produção inclusiva e de baixo carbono, contribuindo para a segurança alimentar e climática do mundo. No Brasil há 12 anos, desenvolve com seus parceiros iniciativas de sustentabilidade nas seguintes cadeias: algodão, cacau, café, cana-de-açúcar, erva-mate, laranja, pecuária e soja.

Por: Pará terra boa.