Soja: boas práticas na inoculação de sementes

É preciso garantir a procedência e a qualidade do inoculante, além de realizar o processo no momento certo

Boas práticas no uso de fixação biológica de nitrogênio podem garantir o sucesso da lavoura de soja.
Soja: boas práticas na inoculação de sementes
Foto:Gabriel Faria/Embrapa

O vazio sanitário da soja em Mato Grosso termina no próximo dia 15. A partir dessa data, os agricultores somente esperam a chegada das chuvas para iniciar a semeadura. Enquanto aguardam, as máquinas já foram reguladas e estão prontas para irem ao campo. Porém, também é preciso ficar atento à inoculação das sementes.

O processo de Fixação Biológica do Nitrogênio (FBN) é capaz de fornecer todo o nitrogênio necessário para a soja atingir altos rendimentos e aumentar a produtividade. Mas é necessário que o agricultor siga alguns procedimentos no momento da inoculação das sementes para obter melhores resultados.

A procedência e qualidade do inoculante é o primeiro ponto a ser observado. Para isso, é preciso verificar se o produto tem registro no Ministério da Agricultura e se está dentro do prazo de validade.

Também é aconselhável perguntar ao vendedor sobre as condições de transporte e armazenamento do inoculante, para garantir que não foi exposto ao sol ou a temperaturas excessivas, o que pode ocasionar a morte das bactérias.

As mesmas preocupações e cuidados devem ser mantidos após a compra, no transporte e armazenamento na fazenda. Mantendo sempre o produto em local fresco e bem arejado.

De acordo com o pesquisador da Embrapa Agrossilvipastoril Anderson Ferreira, a inoculação deve ser feita no mesmo dia da semeadura. Caso não seja possível, o produtor deve inocular novamente as sementes. O processo pode ser refeito apenas uma vez, acima disso o resultado em campo pode ser afetado.

“Quanto mais rápido ele plantar depois da inoculação e quanto menos ele expor ao calor, mais microrganismos viáveis ele vai obter. Os microrganismos se mantêm vivo por longa data, só que a cada hora que passa com ele inoculado sendo exposto a altas temperaturas ele vai diminuindo a vitalidade”, explica Anderson.

O pesquisador também indica o uso de inoculantes turfoso em dosagem duas vezes maior do que a recomendada quando o plantio é feito em áreas novas. Já nas áreas antigas, é preciso fazer reinoculação anualmente, pois a repetição do procedimento pode resultar em ganhos de 5% a 7%.

Como preparar – A inoculação deve ser feita à sombra, em tambor rotatório, betoneira ou em máquinas especificas que também permitem o tratamento com agroquímicos. É necessário deixar secar por cerca de 30 minutos e manter a semente inoculada protegida do sol e do calor. Além disso, a dose a ser aplicada deve ser calculada de acordo com as instruções do fabricante.

Fixação biológica de nitrogênio – A fixação de nitrogênio é um processo natural no qual bactérias estabelecem uma simbiose com a raiz das leguminosas, como a soja, e convertem o nitrogênio da atmosfera em nutriente para a planta. Graças ao avanço da tecnologia brasileira esse processo é potencializado com a inoculação da bactéria Bradyrhizobium. Antes da semeadura, colocam-se as sementes em contato com a bactéria, em um processo chamado inoculação. Feito isso, a bactéria aguarda a germinação e penetra nas raízes da soja, onde desenvolve nódulos e neles se aloja.

A Embrapa estima que com a tecnologia da FBN, o Brasil economize anualmente cerca de 12 milhões de dólares em adubo nitrogenado. Além da redução dos custos de produção, isso contribui para menores danos ao meio ambiente e para a redução das emissões de gases causadores do efeito estufa.

Fonte: Embrapa

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