Valorização de preço e safra recorde de soja animam setor produtivo – Canal do Produtor

Fonte: Internet
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A safra de soja do Rio Grande do Sul encerra com a combinação ideal de volume recorde e preço nas alturas. Enquanto as colheitadeiras terminavam de ceifar as cerca de 16 milhões de toneladas prometidas pelas lavouras gaúchas, informações vindas de outras regiões e países produtores deram um impulso extra para as cotações. A saca de 60 quilos, conforme a Emater, foi negociada semana passada a um preço médio de R$ 75,33 no Estado. É 8% acima do valor verificado um mês antes e 18% além da média – corrigida pelo IGP-M – para maio nos últimos últimos cinco anos. Em Vacaria e Canguçu, bateu nos R$ 80,50, em plena época em que a oferta costuma pressionar para baixo os preços.

Na lista de razões que ajudaram a inflar os preços, uma das principais foi o excesso de chuva – que também atrasou a colheita no Rio Grande do Sul – na reta final da safra na Argentina. Estima-se que o país vizinho, terceiro maior produtor mundial, possa ter perdido entre oito e 10 milhões de toneladas,devido à inundação de lavouras. Se for confirmado, seria uma quebra de até 15%,além de prejuízos de qualidade do grão. No Brasil, as chuvas acima do normal também causaram perdas nas lavouras no Centro-Oeste. Na região conhecida como Matopiba, no Nordeste, a frustração veio pela seca.
Não bastassem as variáveis climáticas na América do Sul, oDepartamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA) trouxe no início do mês ainformação de que a área da safra que começa a ser plantada nos EUA seráinferior à do ano passado, com os produtores preferindo cultivar milho. Aexpectativa de demanda firme, levando à projeção de estoques mundiais menores,completou a conjuntura que se refletiu na reação das cotações na Bolsa deChicago nas últimas semanas. Para os próximos meses, parece não haver nohorizonte motivos que possam levar à contração dos preços da soja, avalia ÍndioBrasil dos Santos, operador de mercado da Solo Corretora de Cereais, de Ijuí: – Creio que estamos na parte debaixo do mercado. Em dólares,a correção de preços é para cima. Até julho, agosto, não há nenhum fator quepossa fazer os preços retrocederem. Mas temos de ficar atentos à taxa decâmbio.
Ciclo de muita sorte
Em Chicago, os valores que estavam na casa de US$ 8 o bushel (27,2 quilos) até o início de março, chegaram a US$ 10,5 semana passada. Ainda está longe das maiores cotações históricas, mas a valorização em moeda americana ajudou no momento correto, devido à apreciação do real.
– Na hora da colheita, a soja voltou a se valorizar. O preço explodiu com a Argentina. Fui um ciclo de muita sorte. Porque plantamos com o dólar a R$ 4 e estávamos colhendo a R$ 3,50. Nunca se plantou uma safra tão cara – observa o economista-chefe do Sistema Farsul, Antônio da Luz, lembrando que o mundo vinha de duas safras consecutivas de preços pressionados para baixo.
O diretor da consultoria MB Agro, José Carlos Hausknecht,observa que houve uma corrida dos importadores pela soja brasileira. De janeiro a abril, o país embarcou o volume recorde de 20,89 milhões de toneladas, 60%acima do mesmo período de 2015.
– Há até uma preocupação em relação ao abastecimento de soja no mercado interno – alerta Hausknecht, lembrando ainda que a perspectiva de La Niña no segundo semestre pode atrapalhar as safras da América do Sul e dos EUA e contribuir para os preços continuarem firmes.
No Rio Grande do Sul, ao contrário, as exportações caíram 23%, para 1,5 milhão de toneladas no mesmo intervalo. A explicação está no período chuvoso em abril, que atrasou a colheita e os embarques, diz José Antonio Mattos da Silva, gerente dos terminais graneleiros Termasa e Tergrasa.
Fonte: Zero Hora / Canal do Produtor

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